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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

TANCREDO DE ARAÚJO MORAIS

Nasceu na antiga vila de Anádia, Estado de Alagoas, Brasil, aos 10 de dezembro de 1881.
Estudou as primeira letras na sua terra natal, Anádia, transferindo-se logo após para o Recife, onde concluiu o curso ginasial. Formou-se em Direito na Faculdade do Ceará, em 1909.
Membro das seguintes associações culturais: Academia de Letras do Distrito Federal, Academia de Letras do Ceará, Contrafraternité Universelle Balsacienne e Sociedade de Letras do Brasil.
Publicou:

Antropogeográfico do Estado de Alagoas - Pongetti, 1954.

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

       PRO-FACE

Nascente para o amor, para o enternecimento,
E a cultura do bem ser o teu pensamento.
Cerca-te a natureza,
Muda e surda ao clamor do teu grito aflitivo,
Socorro e lenitivo.
Marmachamos todos nós por essa mesma estrada 
Que vai ter, sem remédio, ao poente da existência,
—A escuridão do Nada.
Ao irmão que tombou, prostrado de cansaço,
Acorde-o com teu braço,
Um pouco do teu pão e um pouco do teu manto.
É generosos e nobre
Saciar o que tem fome, enxugar o seu pranto,
—Sendo-se mesmo pobre.

       Do pó é que tu és. Da pouca luz que brota
Fosforescendo nesta podridão,
Faze dom ela o facho da razão,
Que te ilumine a escura e acidentada rota;
Tece para teu uso um véu de fantasia,
Põe em tua nudez a chama da poesia.

O penhasco se adorna e impressiona a retina
Com bordados de musgo e rendas de neblina...
Como rica se torna uma teia de aranha
Quando a réstia de sol de lua e ouro a banha.

Sejas tu carpinteiro ou pescador crestado,
Mas tu não sejas malvado.
Antes lavres a terra!
Semeia, colhe, tira dela o sustento,
Expõe-te ao sol e à chuva, aos açoites do vento,
Mas evites a guerra!

A desculpa de Pátria, a razão de fronteira.
Não são mais que ficções,
Seja a tua arma um ramo de oliveira
E pacificações.

A terra é toda nossa, é como a luz do sol.
Não pertencem a ninguém as cores do arrebol.
A dor é que é verdade — uma verdade forte —
E uma certeza amarga, esmagadora — a morte!

Que trabalho o do ser para sair da treva
E da animalidade!
Da caverna sombria à da era coeva,
Até à sociedade!

       A cabana, a charrua, o arado, o mar sujeito.
O número, o alfabeto, a harmonia, o direito!
Sobre o giro sem fim das rútilas esferas,
Tornaste em realidade um mundo de quimeras!

A guerra é a destruição do teu lutar insano,
Do machado de pedra até o aeroplano,
E volúpia bestial de sangue e de carnagem,
O assassino em grosso, o crime em grande escala!
O homem retrocede à esfera selvagem!

Anulação e insânia, a razão que resvala...
Sob um sutil pretexto, uma falsa miragem,
Destroem-se nações, o equilíbrio se rompe,
Calma, sossego e paz da vida se interrompe,
—Eis a fatal voragem!

O terror que se espalha! O assombro nunca visto!
Tudo fracassa, rui e voa pelos ares,
Da civilização conquista seculares
E as doutrinas do Cristo!

É sopro de loucura o choque das batalhas!
Na boca dos canhões, na boca das metralhas,
Há somente viuvez, orfandade, miséria,
Tornando o ser mais vil e mais torpe a matéria.

Guerra! Maldita sejas!
Tu que fundes canhões dos sinos das igrejas!
Pelo gritos de horror das virgens violentadas,
Pelos seguidos ais;
Pelo sangue a escorrer dos fios das espadas,
Pelos filhos sem pais;
Pelo horrível fragor que ensurdece os ouvidos.
Maldita sejas tu, em nome do Universo,
Pelo coro imortal dos gritos e gemidos,
Pelo pranto das mães, pela voz do meu verso!

 

*

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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